segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Filosofia da Natureza ( Cosmologia)


A filosofia nasceu na cidade de Mileto, com o primeiro filósofo Tales de Mileto, concebida como uma cosmologia. Em seu nascimento ela busca o conhecimento racional da ordem do mundo ou da Natureza..
Em um período da história humana em que o saber filosófico pouco se distinguia do saber científico, é verdadeiramente notável o conceito formulado pelos filósofos naturalistas. De fato este é um marco central de evolução em relação ao pensamento mítico. E há mesmo um nível de sofisticação na construção dos conceitos, que gostaríamos de aprofundar na própria historiografia para entender os filósofos desta época da.Em primeiro lugar a idéia de buscar elementos fundamentais na natureza, para então formular teorias sobre o universo está na base da própria formulação sobre os conceitos iniciais da descoberta do átomo.Abstrações como de Anaximandro chegam a surpreender pela genialidade de sua formulação: um princípio natural - o ápeiron - como fonte de todos os demais processos naturais revela um nível de maturidade muito elevado. Mesmo sua idéia sobre a ordem do mundo, regulada por opostos - encontra uma interessante ressonância com os princípios contemporâneos da dialética. O equilíbrio pela relação entre os opostos tem uma equivalente no pensamento oriental nos princípios do Tao, que ainda hoje fundamenta a medicina tradicional oriental.Sabemos da distância destes períodos históricos. Mas recordamos estas aproximações como forma de reafirmar a maturidade do pensamento pré-socrático.
As principais características da cosmologia são: Em um resumo geral das características do período cosmológico podemos observar que os filósofos deste período fundamentalmente buscam uma explicação racional e sistemática sobre a origem, ordem e transformação da Natureza, da qual os seres humanos fazem parte, sendo humanos e natureza, pela sua identidade, explicados pela filosofia.. Esta Natureza é eterna e tudo se transforma em outra coisa sem jamais desaparecer. Não é possível dizer que o mundo tenha vindo de algo, pois possui um fundo eterno, incriado. Este fundo, que é o elemento primordial da Natureza chama-se physis e só é visível ao pensamento (não pode ser visto por nossos sentidos).
Embora a physis (o elemento primordial eterno) seja imperecível, ela dá origem a todos os seres infinitamente variados e diferentes do mundo, seres que, ao contrário do princípio gerador, são perecíveis ou mortais.Um outro princípios familiar aos filósofos deste período e que todos os seres, além de serem gerados e de serem mortais, são seres em contínua transformação, mudando de qualidade e de quantidade; esta também é uma característica do mundo está em mudança contínua, sem por isso perder sua forma, sua ordem e sua estabilidade.
Todo este processo, que é percebido como movimento possui uma designação: é chamado devir, sendo a passagem contínua de uma coisa ao seu estado contrário e essa passagem não é caótica, mas obedece a leis determinadas pela physis ou pelo princípio fundamental do mundo. Finalmente vale registrar que os diferentes filósofos escolheram diferentes physis em seus modelos, isto é, cada filósofo encontrou motivos e razões para dizer qual era o princípio eterno e imutável que está na origem da Natureza e de suas transformações. Assim, Tales dizia que o princípio era a água ou o úmido; Anaximandro considerava que era o ilimitado sem qualidades definidas; Anaxímenes, que era o ar ou o frio; Heráclito afirmou que era o fogo; Leucipo e Demócrito disseram que eram os átomos. E assim por diante.


domingo, 12 de fevereiro de 2012

Sócrates de Atenas- Texto e Vídeos.


Sócrates de Atenas (469-399 a.C)., foi um filósofo ateniense, e um dos mais importantes juntamente com Platão e Aristóteles da tradição filosófica ocidental. Pouco se sabe ao certo sobre sua vida. As fontes mais importantes de informações sobre Sócrates são providas por Platão. Alguns historiadores afiançam somente se poder falar de Sócrates como um personagem de Platão, por ele nunca ter deixado nada escrito. Sócrates é conhecido por intermédio dos seus discípulos Platão e Xenofontes, sempre utilizado como personagem principal dos diálogos de Platão. Segundo Platão Sócrates dava sempre ensinamentos de que devemos nos preocupar mais com as coisas da alma do que do corpo, pois é alma que nos possibilita conhecer, para que a partir daí possamos desenvolver as práticas necessárias para o bem comum.

Sócrates em 4 atos por Paulo Ghiraldelli, professor de Filosofia da USP.



Método Socrático:
A Importância da busca do conhecimento universal para Sócrates é fundamental, pois embora seja contemporâneo dos Sofistas discordava dos mesmos em dois pontos fundamentais, primeiro no que diz respeito à verdade, pois para alguns sofistas a verdade era relativa a um ponto de vista, e segundo por acreditar que os ensinamentos em busca da verdade, do conhecimento não deviam ser cobrados, como faziam os mesmos. Para procurar os conceitos universais, o método socrático basea-se no diálogo, ajusta-se em duas fases fundamentais: a Ironia e a Maiêutica, veja abaixo.
A Ironia é a primeira fase do método de Sócrates, onde o mesmo começa por solicitar a pessoa a quem interroga que defina um dado conceito, por exemplo: O que é o Bem? O que é o mal? A Justiça? O belo? Entre outras quaisquer perguntas, e a partir das definições feitas pelos mesmos, formula uma sequência de perguntas de acordo com cada resposta dada pelo interrogado, de modo que o interrogado que de início se achava tão cheio de conhecimento a respeito do assunto perceba que na verdade ignora muita coisa do assunto, a qual tinha antes certeza conhecer inteiramente. Percebendo então a própria ignorância a pessoa é capaz de aprender novas coisas a respeito do que antes somente pensava saber e abre então caminho para novos conhecimentos, ou seja, abre possibilidades para o novo, para a busca da sabedoria, a qual segundo Sócrates não encerra a verdade em algo fechado e pronto, mas sim por uma busca incessante de conhecimentos que cada vez mais nos aproxima da verdade das coisas ou dos fatos.
A Maiêutica segunda fase do método se dá a partir da percepção de que algo é ignorado pelo que antes pensava conhecer tudo sobre determinado assunto qualquer, pois percebendo sua própria ignorância a pessoa poderia se abrir para a possibilidade de novas descobertas, aproximando então a verdade da universalidade, ou seja, tornando a mesma cada vez mais próxima de um conceito universal.
A palavra Maiêutica significa em grego, ‘dar a luz’, é devido ao fato de que a mãe de Sócrates era parteira e dava a luz a bebês e Sócrates dava a luz a novos conhecimentos.

O interesse na filosofia começou de uma maneira particular, quando Sócrates ao consultar o oráculo de Delfos, obteve a informação de que era o mais sábio dos homens. Este fato o levou a sair à procura de averiguação, pois Sócrates não acreditava ser o mais sábio. Uma frase especial de Sócrates: "Só sei que nada sei". De que forma então poderia ser considerado o homem mais sábio de todos, quando ele próprio reconhecia a sua própria ignorância ?.Estariam os deuses iludidos quando o ponderava o homem mais sábio entre os homens?
Não, pois a sabedoria de Sócrates era justamente a consciência dos limites da sua própria sabedoria, ou seja, a consciência da própria ignorância. Só aquele que tem consciência de que ignora algo procura o conhecimento do que é ignorado. Aquele que acredita que tudo conhece, contenta-se com o saber que possui, e se limita na sua ignorância. Segundo Sócrates os sofistas que tudo afirmavam saber, seriam os mais ignorantes de todos, posto que não conheciam a sua própria ignorância.

Leitura da Apologia de Sócrates por Paulo Ghiraldelli .Jr, professor de filosofia da USP.
A filosofia de Sócrates nos leva a refletir que a procura do saber é indissociável do conhecimento de nós mesmos, pois o que nos possibilita conhecer é a nossa alma, nosso intelecto, ou seja, essa nossa parte que pensa, analisa e reflete sobre as verdades universais. Daí se deve o fato de Sócrates tomar como lema os escritos do oráculo de Delfos, “Conhece-te a Ti mesmo”, pois sem o conhecimento da alma que é aquela que te possibilita conhecer, como poderás conhecer as demais coisas? Como poderás fugir de tua própria ignorância, e estar entre os amantes do saber, pois já que segundo Sócrates nada sabemos, ou seja como o mesmo dizia: _"Só sei que nada sei".Tal afirmação nos trás a possibilidade de ter curiosidade e gosto pela busca do conhecimento, pois estamos entre os dois polos: o da ignorância e o da sede pelo saber(sabedoria), como citara Platão em O Banquete.

 Sócrates: " Só sei que nada sei" por Paulo Ghiraldelli .Jr, professor de filosofia da USP.



Platão de Atenas

Platão nasceu em Atenas, em 427 a.C, discípulo de Sócrates, filho de Aristo e de Perictona, membros de uma famosa linhagem ateniense, descendente de Sólon, por parte de mãe e do rei Codro (fundador de Atenas) por parte de pai. Contemporâneo da fase áurea da democracia ateniense e o final do período helênico. Platão conhecera na juventude Crátilo, que asseverava, seguindo as idéias de Heráclito de Éfeso, a impossibilidade de qualquer conhecimento estável, conheceu os ensinamentos dos Pitagóricos em sua primeira viagem a Siracusa, estabelecendo com a teoria matemática de Pitágoras grande influência no seu modo de pensar.  Porém o acontecimento mais importante se deu na da juventude de Platão, o encontro com Sócrates, de quem se tornou discípulo. Frase atribuída a Platão:
"Agradeço a Deus por ter nascido grego e não bárbaro, homem livre e não escravo, homem e não mulher; mas, acima de tudo, por ter nascido na era de Sócrates".

Vídeo Platão e a Republica

Aos 28 anos de idade Platão vivenciou o momento em que os atenienses decidiram-se pela morte de Sócrates, ocorrido que influenciou todo o pensamento futuro de Platão e o abarrotou de aversão pela democracia ateniense, que necessitava ser extinta.
O ocorrido com seu mestre deu a Platão a inspiração de escrever os seus primeiros diálogos, chamados de "diálogos socráticos", pois tem em Sócrates seu personagem principal. Estes diálogos são considerados diálogos ainda de uma fase jovem de Platão, embora surgissem daí algumas de suas obras primeiras, como "Apologia de Sócrates", "Críton", "Protágoras" e "Górgias", as duas últimas obras referidas diz respeito a dois sofistas criticados por Sócrates. Acredita-se, também, que nessa época Platão tenha principiado seu principal tratado, "A República".
Platão da origem a sua escola filosófica a Academia e durante cerca de vinte anos dedica-se ao magistério e a escrever novas obras, denominadas  pelos historiadores como os "diálogos de transição", posto que carregada de  forte influência pitagórica demonstra um progressivo desligamento das posições socráticas e a criação de uma filosofia particular, singular, marcada pela doutrina da existência de dois mundos: o mundo sensível e o mundo inteligível ou das ideias, escreve também  "Ménon", "Fédon", "Banquete", "Fedro", "Eutidemo", "Menexeno" e conclui "A República". Dá início a então chamada fase madura, onde compõe os diálogos que abordam sua "doutrina das idéias", e afastam-se da doutrina socrática, embora a essência da filosofia socrática se conserve, ou seja, a importância primeira a alma, a busca incessante da verdade e os conceitos universais de verdade. São escritos nesta época, além do livro citado acima, " Teeteto", "Sofista" e "Político".
1 O Mundo das Idéias e o Mundo Sensível
Platão na teoria das ideias concilia as teorias de dois grandes filósofos pré-socráticos, Heráclito de Éfeso e Parmênides de Eléia. Teorias antagônicas entre si De Heráclito, Platão considerou correto as percepções do mundo material e sensível, das imagens e opiniões. Para ele, a matéria era algo imperfeito, em constante estado de mudança. Concluiu, porém, que Parmênides também estava correto ao determinar que a Filosofia se afastasse desse mundo sensível, para ocupar-se do mundo verdadeiro, entendido apenas por intermédio do pensamento.
Platão acreditava haver dois mundos diferentes e distintos; o mundo sensível, das cópias, dos fenômenos, das sombras, das ilusões, dos enganos os quais são comuns aos cinco sentidos; e o mundo das idéias ou inteligível, das essências imutáveis, das ideias verdadeiras as quais são atingidas pela contemplação e pela depuração dos enganos cometidos pelos sentidos. Platão, dessa forma supera a oposição de Heráclito à mutabilidade do ser e a posição de Parmênides, para qual o ser é imóvel, relacionando o mundo das idéias ao ser Parmênides o e o mundo dos fenômenos ao devir a Heráclito.
Platão cria no livro VII da República o Mito da Caverna, segundo o qual se concebe uma caverna onde estão os homens acorrentados e presos desde o nascimento, de forma que não podem se voltar para a entrada, mas apenas observam as sombras que se passa em uma parede ao fundo.  Para Platão se um dos homens conseguisse se libertar e contemplar a luz do dia e os verdadeiros objetos, ao retornar à caverna e contar  a realidade das imagens projetadas aos companheiros seria dado como louco e o matariam, aludindo ao que fizeram com Sócrates.
2 O mito da Caverna e a teoria das ideias

Platão, foi discípulo de Sócrates, a quem considerou como o  grande mestre inspirou na idéia  do Bem,considerando as idéias de Sócrates, de Parmênides e de Pitágoras, além da teoria órfica , a qual acredita que o corpo é o cárcere da alma, criou uma teoria, a Teoria das Idéias, que investiga da explicações às perguntas mais complexas da filosofia.
No mito da caverna Platão coloca seus ideais políticos, por meio da Teoria das Ideias. Narrado por Platão no livro VII do Republica é, talvez, uma das mais intensas demonstrações simbólicas arquitetadas pela filosofia, para apresentar a situação geral em que se encontra a humanidade. Para Platão, como narra no mito todos estamos condenados a ver sombras, cópias, simulacros a nossa frente e percebê-los como verdadeiros. Esta análise à condição humana moveu e ainda move várias reflexões, tanto em tória do conhecimento como em política.
Platão quer demonstrar para todos nós que carecemos aprender a utilizar nosso pensamento, nossa razão, Os homens que não almejavam sair da caverna, somos nós que não conjecturamos pensar,por estarmos moldados a esta vida insignificante que levamos, habituados a ver somente o que esta a nossa frente, ou seja o que querem que a gente veja, Logo somos atraídos a sair da caverna para ver a realidade e abandonarmos a submissão. Só que conhecer é doloroso, precisamos nos esforçar ou ficaremos para sempre vendo somente as sombras do real, como ele explica em sua teoria das ideias.
Segundo a teoria das ideias em A República o mundo é dividido em duas instâncias: a sensível, constituída por tudo que pode ser observado e tocado e nos é dado pelos nossos cinco sentidos; e o mundo inteligível, ou das ideias, que nos e´fornecido pela razão e pensamento. O mundo das sensações segundo o mesmo é copia do mundo perfeito, ou seja, copia do mundo das ideias, por isso, traz consigo a imperfeição. Somente por um processo dialético é que purificamos as ideias e conseguimos nos aproximar do que seria a perfeição. O corpo por sua vez é receptáculo da alma, tendo um grau de importância menor do que a mesma, estando sempre propício a destruir e corromper a alma, pois e´guiado pelas sensações e não pela razão, pensamento como a alma. Platão classifica as ideias hierarquicamente, por importância e a idéia superior segundo sua teoria é a idéia do Bem. Privilegia outras ideias como a do amor, da justiça, da perfeição etc.
Em conformidade com Platão em A República podemos dizer, por exemplo, que a idéia de bondade existe no seu estado puro e perfeito no Mundo das Idéias e as observações, no Mundo dos Sentidos referente a idéia de bondade é cópia imperfeita,a qual pode ser purificada por meio da dialética. A dialética é um processo de conversação racional, um diálogo entre pessoas, onde a idéia é discutida e purificada. .
 Platão em A República assegura não haver concordância entre corpo e espírito (teoria órfica) e que o espírito, quanto mais liberto dos sentidos do corpo, mais abertamente será mais apto de contemplar as idéias puras e verdadeiras.

Considerações atuais:

Na atualidade podemos observar que a maioria das pessoas e das religiões foi influenciada por Platão, pois quase todas as religiões acreditam existir o bem e o mal, o céu e o inferno, e pregam que o mundo material é imperfeito e corruptível, que temos que nos ater as coisas do espírito, logo manifestam a crença na existência de dois mundos, um perfeito e outro com imperfeições e também atribuem essas imperfeições ao corpóreo.
Na atualidade precisamos tomar cuidado para não valorizarmos tanto o corpo e desprezarmos a nossa razão e o nosso pensamento, pois mesmo a maioria acreditando, na existência de dois mundos como foi citado, prevalece uma ideologia capitalista de consumo e culto ao corpo, fazendo com que a inteligência e o pensamento sejam deixados em segundo plano.

3 Os ideais Políticos de Platão e considerações atuais.
Em conformidade com Platão, na sua obra sobre a política, chamada "A Republica", onde faz um modelo sobre o estado ideal, os regimes políticos de qualquer era nada mais são que demonstrações do ethos humano, ou seja, manifestações do momento histórico atrelado ao ambiente físico e psicológico em que vive o cidadão. Logo, o prazer, pela hierarquia e tradição,é o que sustenta a monarquia, por outro lado o desejo de pertencer a um grupo especial e a disposição de só a ele defender determina a oligarquia, e o egoísmo e a vontade de que algumas pessoas têm de enriquecer e é a alicerce do regime timocrático, e o sentimento de ser igual existente entre os humanos,  gera a democracia, e por fim o sentimento de autoridade e egoísmo gera a tirania.pelo motivo de todo regime político ser inspirado em sentimentos e não na razão, a qual deveria ser o guia dos homens segundo o mesmo, é que deveria ser imposto pela inteligência um modelo político, o qual não seria gerador de turbulências devido a vaidade humana, ao egoísmo,ou seja, as imperfeições como descrevia Platão.
O modelo político proposto por Platão era o governo dos melhores, decidido por um processo de educação, ou melhor, por formação e verificação de habilidades, ou seja, capacidade que segundo Platão seria dadas pelas qualidades racionais e irracionais da alma humana, as quais dentro de um processo de educação seriam desenvolvidas e percebidas , aperfeiçoadas e conduzidas ao destino correto.Platão classificava a alma em três partes: racional, sede da razão; irracional irascível,responsável pelos impulsos de coragem e irracional concupiscente,voltada para o apetite, os desejos corpóreos. Segundo Platão, todo homem nasce com uma alma (psique) divida em três partes, porém o grau de desenvolvimento em cada uma dessas partes é diferente. Para governar uma cidade é necessário que a parte mais desenvolvida de sua alma seja a razão, para ser um soldado ou guardião a parte mais desenvolvida deve ser a irrascível e para suprir as necessidades gerais, ou cumprir os deveres dos serviços braçais a parte mais desenvolvida deve ser a concupiscente, logo a alma humana quando passa por um processo de educação trás a luz o verdadeiro espírito de cada homem e a partir daí é possível segundo Platão definir as classes sociais que devem existir em um estado para que o mesmo funcione bem e guiado pela razão e não por sentimentos ilusórios. Somente o governo sábio, racional será justo, diferente dos guiados pelas sensações que na maioria das vezes só trazia injustiça e malefícios para o povo, ou para a maioria, a qual deveria ser prioridade dentro de um governo.
Platão não concordava com o regime político existente em Atenas em sua época, a Democracia. Democracia esta composta por apenas 10% da população que constava de homens livres e praticamente proprietários de terra, pois os demais acabavam se tornando escravos de seus credores. Mulheres, estrangeiros, crianças e escravos não eram considerados cidadãos, logo não podiam participar das assembléias públicas, quem acabava sempre decidindo o rumo da cidade eram os mesmos poderosos, donos de propriedade e filhos de donos de propriedades. Embora fosse classificado em regime democrático, a democracia de Atenas segundo Platão estava longe de ser o governo do povo, ao contrário colocava sempre no poder os mesmos cidadãos unidos em objetivos de benefícios voltados a si próprios e não no bem da população geral. A crítica de Platão era forte a essa democracia de Atenas, pois o mesmo defendia um modelo político baseado primeiramente na educação, o que seria mais justo segundo o mesmo, porém mesmo assim esse modelo estaria pautado em uma sociedade de classes onde cada membro depois deste processo de educação deveria desenvolver sua função dentro da cidade da melhor forma possível, sem reclamar a mudança de classe social. Da mesma forma  na idade média, existia a idéia divulgada pela igreja de que as pessoas deviam se conformar com sua condição social, pois assim eram os desígnios de Deus.
Considerações atuais:
 Embora o modelo de Democracia vivido por Platão fosse bem diferente do vivido atualmente, por ser uma democracia participativa, onde cada cidadão tinha o direito de se manifestar nas assembléias públicas, e a nosso ser um modelo representativo, onde nós escolhemos por meio do voto os nossos governantes, podemos perceber principalmente no que diz respeito as reclamações apontadas por Platão que em alguns pontos se assemelham muito. Hoje todos nós também reclamamos  que os políticos só governam em beneficio próprio, que sempre os mesmos estão no poder, que os filhos dos políticos seguem os passos dos pais e acabam também se tornando políticos e da mesma forma governam em beneficio próprio. As pessoas mais pobres raramente têm uma oportunidade, a não ser quando ocorre um voto de protesto. Da mesma forma que os políticos da época de Platão se utilizavam da arte sofista do convencimento, os nossos governantes também são muitos bons na arte de enganar, ludibriar e convencer o povo a votar em seus candidatos co promessas mirabolantes e infundadas, por saberem que o povo se constitui na maior parte na ignorância, se aproveitam desse fato, para deixá-los cada vez mais ignorantes, meswmo quando fingem que querem melhorar a educação na verdade estão querendo mascarar o seu desejo de que o povo continue sem conhecimentos.
Em conformidade com Platão o governante da sociedade perfeita, com base na Razão, postulado por Platão no "A República" era o rei-filósofo porque, segundo o mesmo, apenas os filósofos, por serem os mais sábios se aproximam mais da idéia do Bem, do Belo e do Justo, ou seja,por isso, apresenta qualidades de agirem como os guias da sociedade,pois segundo o autor de A República, o reino da razão deve sempre estar acima do reino das sensações, ou seja, dos meros sentimentos corruptíveis dos humanos.






















O mito da Caverna

Interpretando o Mito da Caverna

O Mito da Caverna ou Alegoria da Caverna escrito por Platão em sua obra A República (livroII) pode ser entendido como uma metáfora das condições humanas frente à ignorância que nos cerca e a dificuldade que temos de sair dessa condição de falta de conhecimento, dificuldade de nos depararmos com a verdade que existe por detrás das aparências das coisas. O mito salienta também a importância do conhecimento filosófico e a educação como meio de superação da ignorância,ou seja, da aparência enganosa que certos fatos podem ocasionar para o conhecimento mais puro e verdadeiro, mais próximo do que é real. O mito retrata a passagem gradativa do senso comum no que se refere à visão de mundo e explicação da realidade para o conhecimento filosófico, racional, o qual investiga as respostas criteriosamente.
Platão procurava a essência das coisas para além do mundo sensível (material), para além das simples aparência que apresentavam tais coisas E acreditava que o homem que se liberta da caverna como Sócrates, estaria exposto ao risco de ser morto por expressar novos conhecimentos, pensamentos e almejar indicar um mundo totalmente diferente daquele que os demais moradores da caverna conheciam e tomavam como real e verdadeiro, embora fosse ilusório. Adaptando para a nossa realidade, é como se nós acreditássemos, desde o nascimento que o mundo é de determinada forma, e derrepente chegasse alguém e nos falasse que quase tudo aquilo era ilusório, enganoso e falso.
Percebam que com esta alegoria, ou este mito, Platão nos convida a ponderar que, se as coisas se passassem, na existência humana, comparavelmente à circunstância da caverna; ilusoriamente, com os homens acorrentados a falsas crenças, preconceitos, ideias enganosas e, por tudo isso, seriam inertes em suas poucas possibilidades. Leia o Mito abaixo e raciocine a respeito.

Vídeo O Mito da caverna
 


 

SÓCRATES – Figura-te agora o estado da natureza humana, em relação à ciência e à ignorância, sob a forma alegórica que passo a fazer. Imagina os homens encerrados em morada subterrânea e cavernosa que dá entrada livre à luz em toda extensão. Aí, desde a infância, têm os homens o pescoço e as pernas presos de modo que permanecem imóveis e só vêem os objetos que lhes estão diante. Presos pelas cadeias, não podem voltar o rosto. Atrás deles, a certa distância e altura, um fogo cuja luz os alumia; entre o fogo e os cativos imagina um caminho escarpado, ao longo do qual um pequeno muro parecido com os tabiques que os pelotiqueiros põem entre si e os espectadores para ocultar-lhes as molas dos bonecos maravilhosos que lhes exibem.

GLAUCO - Imagino tudo isso.

SÓCRATES - Supõe ainda homens que passam ao longo deste muro, com figuras e objetos, que se elevam acima dele, figuras de homens e animais de toda a espécie, talhados em pedra ou madeira. Entre os que carregam tais objetos, uns se entretêm em conversa, outros guardam em silêncio.

GLAUCO - Similar quadro e não menos singulares cativos!

SÓCRATES - Pois é nossa imagem perfeita. Mas, dize-me: assim colocados, poderão ver de si mesmos e de seus companheiros algo mais que as sombras projetadas, à claridade do fogo, na parede que lhes fica fronteira?

GLAUCO - Não, uma vez que são forçados a ter imóveis a cabeça durante toda a vida.

SÓCRATES - E dos objetos que lhes ficam por detrás, poderão ver outra coisa que não as sombras?

GLAUCO - Não.

SÓCRATES - Ora, supondo-se que pudessem conversar, não te parece que, ao falar das sombras que vêem, lhes dariam os nomes que elas representam?

GLAUCO - Sem dúvida.

SÓCRATES - E, se, no fundo da caverna, um eco lhes repetisse as palavras dos que passam, não julgariam certo que os sons fossem articulados pelas sombras dos objetos?

GLAUCO - Claro que sim.

SÓCRATES - Em suma, não creriam que houvesse nada de real e verdadeiro fora das figuras que desfilaram.

GLAUCO - Necessariamente.

SÓCRATES - Vejamos agora o que aconteceria, se se livrassem a um tempo das cadeias e do erro em que laboravam. Imaginemos um destes cativos desatado, obrigado a levantar-se de repente, a volver a cabeça, a andar, a olhar firmemente para a luz. Não poderia fazer tudo isso sem grande pena; a luz, sobre ser-lhe dolorosa, o deslumbraria, impedindo-lhe de discernir os objetos cuja sombra antes via.
SÓCRATES - Que te parece agora que ele responderia a quem lhe dissesse que até então só havia visto fantasmas, porém que agora, mais perto da realidade e voltado para objetos mais reais, via com mais perfeição? Supõe agora que, apontando-lhe alguém as figuras que lhe desfilavam ante os olhos, o obrigassem a dizer o que eram. Não te parece que, na sua grande confusão, se persuadiria de que o que antes via era mais real e verdadeiro que os objetos ora contemplados?

GLAUCO - Sem dúvida nenhuma.

SÓCRATES - Obrigado a fitar o fogo, não desviaria os olhos doloridos para as sombras que poderia ver sem dor? Não as consideraria realmente mais visíveis que os objetos ora mostrados?

GLAUCO - Certamente.

SÓCRATES - Se o tirassem depois dali, fazendo-o subir pelo caminho áspero e escarpado, para só o liberar quando estivesse lá fora, à plena luz do sol, não é de crer que daria gritos lamentosos e brados de cólera? Chegando à luz do dia, olhos deslumbrados pelo esplendor ambiente, ser-lhe ia possível discernir os objetos que o comum dos homens tem por serem reais?

GLAUCO - A princípio nada veria.

SÓCRATES - Precisaria de algum tempo para se afazer à claridade da região superior.
Primeiramente, só discerniria bem as sombras, depois, as imagens dos homens e outros seres refletidos nas águas; finalmente erguendo os olhos para a lua e as estrelas, contemplaria mais facilmente os astros da noite que o pleno resplendor do dia.

GLAUCO - Não há dúvida.

SÓCRATES - Mas, ao cabo de tudo, estaria, decerto, em estado de ver o próprio sol, primeiro refletido na água e nos outros objetos, depois visto em si mesmo e no seu próprio lugar, tal qual é.

GLAUCO - Fora de dúvida.

SÓCRATES - Refletindo depois sobre a natureza deste astro, compreenderia que é o que produz as estações e o ano, o que tudo governa no mundo visível e, de certo modo, a causa de tudo o que ele e seus companheiros viam na caverna.

GLAUCO - É claro que gradualmente chegaria a todas essas conclusões.

SÓCRATES - Recordando-se então de sua primeira morada, de seus companheiros de escravidão e da idéia que lá se tinha da sabedoria, não se daria os parabéns pela mudança sofrida, lamentando ao mesmo tempo a sorte dos que lá ficaram?

GLAUCO - Evidentemente.

SÓCRATES - Se na caverna houvesse elogios, honras e recompensas para quem melhor e mais prontamente distinguisse a sombra dos objetos, que se recordasse com mais precisão dos que precediam, seguiam ou marchavam juntos, sendo, por isso mesmo, o mais hábil em lhes predizer a aparição, cuidas que o homem de que falamos tivesse inveja dos que no cativeiro eram os mais poderosos e honrados? Não preferiria mil vezes, como o herói de Homero, levar a vida de um pobre lavrador e sofrer tudo no mundo a voltar às primeiras ilusões e viver a vida que antes vivia?

GLAUCO - Não há dúvida de que suportaria toda a espécie de sofrimentos de preferência a viver da maneira antiga.

SÓCRATES - Atenção ainda para este ponto. Supõe que nosso homem volte ainda para a caverna e vá assentar-se em seu primitivo lugar. Nesta passagem súbita da pura luz à obscuridade, não lhe ficariam os olhos como submersos em trevas?

GLAUCO - Certamente.

SÓCRATES - Se, enquanto tivesse a vista confusa -- porque bastante tempo se passaria antes que os olhos se afizessem de novo à obscuridade -- tivesse ele de dar opinião sobre as sombras e a este respeito entrasse em discussão com os companheiros ainda presos em cadeias, não é certo que os faria rir? Não lhe diriam que, por ter subido à região superior, cegara, que não valera a pena o esforço, e que assim, se alguém quisesse fazer com eles o mesmo e dar-lhes a liberdade, mereceria ser agarrado e morto?

GLAUCO - Por certo que o fariam.

SÓCRATES - Pois agora, meu caro GLAUCO, é só aplicar com toda a exatidão esta imagem da caverna a tudo o que antes havíamos dito. O antro subterrâneo é o mundo visível. O fogo que o ilumina é a luz do sol. O cativo que sobe à região superior e a contempla é a alma que se eleva ao mundo inteligível. Ou, antes, já que o queres saber, é este, pelo menos, o meu modo de pensar, que só Deus sabe se é verdadeiro. Quanto à mim, a coisa é como passo a dizer-te. Nos extremos limites do mundo inteligível está a idéia do bem, a qual só com muito esforço se pode conhecer, mas que, conhecida, se impõe à razão como causa universal de tudo o que é belo e bom, criadora da luz e do sol no mundo visível, autora da inteligência e da verdade no mundo invisível, e sobre a qual, por isso mesmo, cumpre ter os olhos fixos para agir com sabedoria nos negócios particulares e públicos. (Extraído de "A República" de Platão. 6° ed. Ed. Atena, 1956, p. 287-291).

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O Mito de Pandora

Prometeu, doou aos homens o fogo e as práticas para usufruir do mesmo. Zeus, o senhor dos deuses, se enfureceu com essa atitude, pois o segredo do fogo deveria ser conservado entre os deuses. Por isso, deu ordens a Hefesto que criasse uma mulher que fosse perfeita, e que a mostrasse à assembléia dos deuses. Atena, a deusa da sabedoria e da guerra a vestiu com uma roupa muito branca e adornou-lhe a cabeça com uma guirlanda de flores, montada em uma coroa de ouro. Hefesto a levou pessoalmente aos deuses, e todos ficaram maravilhados; cada deus lhe deu um dom especial e específico:
 A deusa Atena lhe ensinou as artes que convêm ao seu sexo, como a arte de tecer;
A deusa Afrodite lhe deu o encanto, que despertaria o desejo dos homens;
As Cárites, deusas da beleza, e a deusa da persuasão ornaram seu pescoço com colares de ouro;
O mensageiro dos deuses, Hermes, lhe concedeu a capacidade de falar, junto com a arte de seduzir os corações por meio de discursos insinuativos.
Após todos os deuses lhe darem seus presentes, a mesma recebeu o nome de Pandora, que em grego significa "todos os dons".
Por fim, Zeus lhe conferiu uma caixa bem fechada, e ordenou que ela a levasse como presente a Prometeu. Contudo, ele não quis receber nem Pandora, nem a caixa, falou a seu irmão, Epimeteu, que também não aceitasse o presente de Zeus. Epimeteu, cujo nome significa "aquele que reflete tarde demais", ficou encantado com a beleza de Pandora e casou-se com a mesma.
A caixa de Pandora foi então aberta e de lá escaparam a Senilidade, a Insanidade, a Doença, a Inveja, a Paixão, o Vício, a Praga, a Fome e todos os outros males, que se espalharam pelo mundo e tomaram miserável a existência dos homens a partir de então. Epimeteu arriscou fechá-la, porém só restou dentro a Esperança, uma criatura alada que estava preste a voar, mas que ficou encarcerada na caixa e é graças a ela que os homens enfrentan todos os males e não desistem da vida
(FONTE: CHALITA, Vivendo a filosofia, 2004, p.26).

O Mito de Édipo

O mito de Édipo pode ser resumido da seguinte maneira: Laio, Rei de Tebas esposado com Jocasta, vivia entristecido por não ter filhos, pelo fato de que, resolveu consultar o Oráculo, o mesmo lhe adverte que seu filho havia de assassiná-lo. Apesar dos avisos, Jocasta engravida e dá a luz a Édipo. Laio, assim que o bebê nasce, ordena a um servo que o pendurasse pelos pés num despenhadeiro, para que o filho morresse e conseguisse por meio deste fato interromper a profecia. (Édipo significa pés inchados, justificando a forma como o mesmo seria amarrado).
O criado de Laio desobedecendo a suas ordens coloca a criança num cesto e o lança ao rio. Édipo é resgatado por um pastor que o entrega a um rei duma terra distante, Pólibo de Corinto, que o cria como seu filho. Édipo, já adulto, também consulta o Oráculo, o qual o advertiu a evitar a sua pátria, pois iria assassinar seu pai e esposar-se de sua mãe. Ignorando as suas raízes e acreditando-se filho de Pôlibo e Mérope, reis de Corinto, Édipo resolveu então partir em direção a Tebas. Durante o seu trajeto, e no meio de um cruzamento, encontrou-se com um senhor com o qual nutriu uma árdua discussão, por conta da mesma Édipo  acaba por matar seu pai biológico Laio.
Ao chegar a cidade de Tebas deparou-se com a esfinge que guardava a entrada da cidade por meio de um enigma, onde os que não fossem capazes de decifrá-lo eram mortos. O monstro já havia feito muitas vítimas e os habitantes estavam alarmados. A esfinge então pergunta a Édipo: Qual o animal que pela manhã anda com quatro pés, ao meio dia com dois pés e a noite com três pés? Édipo interpretou o enigma da Esfinge (monstro com cabeça de mulher e corpo de leão), o qual o incapacitava de entrar na cidade, dando a resposta de que este animal seria o homem, pois quando nasce aprende a engatinhar na vida adulta se sustenta com dois pés e na velhice se utiliza de um terceiro pé que seria uma bengala. Como nunca ninguém havia decifrado tal enigma, a Esfinge atirou-se ao mar, tendo assim Édipo alforriado a cidade da sua maldição. Creonte, irmão de Jocasta, o qual havia prometido a mão da irmã para quem descobrisse a resposta para o enigma, dá Jocasta, viúva de Laio, em casamento a Édipo filho da mesma.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Mitologia grega

O mito é um relato fantástico de tradição oral, o qual narra, ou seja, conta a história de forma simbólica da origem de certos fenômenos naturais, coisas, objetos, tendo a função explicativa e educativa, por meio do qual se passa orientações morais e éticas além da própria orientação sobre a origem do que se narra, perpetuando-se de geração em geração.
O mito é na maioria das vezes simbolizado por seres que possuem poderes sobre partes da natureza, porém são personificados e possuem as paixões humanas, como ódio, desejo, raiva, amor etc. Além de narrar os fenômenos como já foi mencionado acima, também orienta costumes sociais e modo de agir.
A mitologia guarda ligação direta com a origem das artes, da religião, da ética e principalmente com a racionalidade humana, pois por meio de histórias sobrenaturais e imaginárias o homem tenta se adequar ao seu mundo real.
Os gregos utilizaram de vários mitos para poder passar mensagens éticas, religiosas ou de tentativa de simples explicação das origens das coisas, mas estas histórias também tinham o objetivo de preservar a memória do seu povo, ou seja, perpetuar a existência e as conquistas de seu povo. Buscavam significados para os fatos políticos, econômicos e sociais por intermédio dos mitos.
A imaginação criadora desse povo deu origem a personagens e figuras mitológicas das mais diversificadas, por meio de heróis, deuses, ninfas, titãs, centauros, entre outros, os quais habitavam o mundo natural, tendo grande influência em toda ação humana.



Entre outras versões para a origem do universo encontramos a seguinte:
No início era o Caos o grande deus, do Caos surge Gaia (a terra), o deus do amor Eros, e nas profundezas do mundo  Tartaro  o deus da escuridão, o qual era coberto pelo manto de sua irmã Nix (à noite).
À noite Gaia teve três filhos sozinha; Ponto que é as águas, Oreas que é as montanhas, e Urano o céu.
A partir desses deuses muitos deuses surgiram. Por meio da união marital de Gaia com seu filho Urano (o céu), o qual se tornou o grande líder, os deuses se multiplicam, pois o céu chovia na terra (Gaia) gerando vida. Seus filhos eram os ciclopes e titãs e um dos titãs se tornaria o novo senhor dos deuses, derrotando Urano (céu) seu pai. Crono o titã se torna o novo líder supremo e se casa com Réia sua irmã. Teve alguns filhos com Réia, mas com medo de algum deles o trair e tomar o seu posto de poder engole todos os seus após o nascimento. Réia teve um último filho e antes de entregar para Crono engolir, trocou o filho por uma pedra e enganou o marido, salvando então seu filho, Zeus, o qual venceria Crono numa batalha e libertaria seus irmãos do estômago do pai. Juntamente com seus irmãos Zeus travaria uma grande guerra com os titãs.



Zeus juntamente com seus irmãos vence a guerra e então o mundo passa a ser dividido entre os três irmãos: Zeus, Poseidon e Hades, onde cada qual recebe uma arma. Poseidon recebe o tridente e o governo dos mares, Hades recebe o capacete da invisibilidade e se torna então senhor do mundo inferior, Zeus recebe a arma mais poderosa o raio, ou seja, recebe o domínio dos céus se torna então senhor de todos os deuses, dando origem a uma nova era, os deuses olimpianos.
Zeus se casa com Hera a deusa dos deuses, e tem filhos com ela como também tem filhos com várias outras mulheres, muitos dos seus filhos se tornam os deuses do Olímpo: Atenas deusa da guerra e da sabedoria, Ares o deus da guerra, Afrodite a deusa do amor e da beleza, Apolo o deus da luz, do Sol e da música, Artemis deusa da caça e da lua, Dionísio o deus do vinho e das festas, Hefesto deus do fogo e da metalúrgica, Demeter, irmã de Zeus, deusa da colheita, Hermes o deus mensageiro, Héstia deusa da família, Hércules o semi-deus que se tornou imortal.
Os humanos segundo a mitologia grega foram feitos de argila pelo titã Prometeu. A deusa Atena deu vida aos homens. Prometeu ensinou a humanidade as coisas do mundo, porém faltava a humanidade o domínio do fogo, então Prometeu rouba o fogo de Zeus e dá aos humanos, assim a humanidade pode evoluir com o tempo.